21 de fev. de 2010

Canção de ninar.

Estou triste, mas não queria estar. Não devia, aliás. Quem fica triste pela felicidade? A felicidade alheia devia me fazer feliz também.
Mas não faz.
Não devia me afetar, afinal, o que eu realmente tenho a ver com isso?
Mas afeta.
Estranho, eu não me importo, de verdade.
Mas parece.
Muda meu jeito de pensar, meu jeito de agir.
Mas não devia.
O que você não me pede que eu não faço? Sorrindo, mas te odiando? Falo, mas não te vejo. Porque eu não quero, não posso, não consigo. Quero te ignorar. Mas quero você aqui.
Mas não pense que esse texto é pra você. O mundo não gira em torno de você.
Esse texto é pra mim. Como uma canção de ninar, estou descarregando meus sentmentos antes de dormir.

15 de fev. de 2010

Comédia de erros.

E hoje eu tenho que mentir pra mim. Negar. Fingir que nada disso aconteceu. Fingir que você não aconteceu. Porque foi tudo errado. Uma comédia de erros. Dois palhaços fazendo malabarismo com seus sentimentos.
O mais fraco cai de joelhos. Os malabares voam um para cada lado. E o rosto feliz de comédia, se afunda em tristeza; a comédia vira drama.
O outro palhaço deu as costas. Foi brincar em outro lugar, tirou alguém da plateia e jogou os malabares. Todos vibravam e gritavam e aplaudiam. Mas o espectador errou. O palhaço errou. Os malabares caíram ao chão, e, enquanto assistia o espectador fugindo, o palhaço sentou num canto e chorou.
E os dois palhaços se entreolhavam, sentados frente a frente, de lados opostos do picadeiro. A plateia se foi, o espetáculo ficou ali, estático, como se estivesse congelado.
Curando-se pouco a pouco, agora eles olham para cma, esperando um equilibrista cair de sua corda bamva, para darem início a um novo espetáculo.
Que rufem os tambores.
Que soem os clarins.
Que suspirem os corações apaixonados.