31 de out. de 2010

Plástico.



Rígido. Inflexível. Durável. Lindo. Conservado. Sorriso. Permanente. Mãos. Pés. Olhos. Pintados, mas olhos. Cabelo. Roupas da moda. Oco. Sem coração, sem cérebro, sem alma. Apenas um brinquedo. Apenas um desejo. Ah, meu sonho...
Ser um desses.
Ter um desses.
Rígido. Inflexível. Durável. Lindo. Os anos não passam. Não para eles. Mas um dia, eles serão esquecidos. Serão destruídos pela própria inutilidade. Pela própria incompetência em divertir.
De plástico, não. Melhor ser de lata.

27 de out. de 2010

Áries.


Não que eu acredite em horóscopo, mas minha vida já não é muito afortunada, Prefiro não arriscar.
Sou de Gêmeos. Sim, sou tudo que dizem do meu signo. Mas não é disso que eu quero falar hoje. Quero falar do meu sério problema com as pessoas nascidas entre a terceira semana de Março e a terceira de Abril.
Tenho uma relação duvidosa com pessoas de Áries. Minha mãe é de Áries. Meu melhor amigo é de Áries – na verdade ele faz aniversário no mesmo dia que a minha mãe. Tenho queda por pessoas de Áries (não que eu procure pessoas pelo signo, mas quando vejo alguém que me interesse, adivinha de que signo a pessoa é?). Amo pessoas de Áries, e as odeio um tempo depois.
É algo cósmico, acho. O destino. Até porque é bem estranho. Um problema sobrenatural.
Pessoas de Áries são sobrenaturalmente atraentes – pelo menos para mim.

25 de out. de 2010

Mofo.



Tá tudo muito velho. Tudo parado no tempo. Como um belo monumento numa vitrine transparente. Ele não quer ser comprada, não. Ele quer ser roubado, saqueada, tirada dali à força. É mais emocionante.
Ele quer sentir a emoção de ir por aí, de sentir como é o mundo lá fora, como é sentir seu sangue numa via expressa, correndo por suas veias. Quer se sentir inseguramente seguro nos braços de seu seqüestrador.
Mas nunca deixarão de existir sequestradores irresponsáveis, que se descuidam de seus frágeis roubos, e os dilaceram, machucam. Eles sentem.
Mas o meu está lá, na vitrine. Empoeirado e desgastado com o tempo. Esperando o seu criminoso que venha, tire a camada de sujeira e o leve. Para que ele pulse mais rapidamente, para que todas as reações voltem a seus devidos lugares.
E agora, quem vai querer meu coração mofado?

23 de out. de 2010

Nostalgia (Ou Culpa da @ThaisSamela)



                Dois anos se passaram e uma lembrança agonizante se tornou saudosa. Ah, que saudade de meus tempos inocentes. De minhas imaturidades e de minhas mentiras para viver ao seu lado. E naquela quinta-feira, tudo era feliz. Eu era feliz.
                Mas o tempo passava tão rápido...
                E eu queria congelá-lo.
                Mas isso passava longe das minhas capacidades humanas. E o mundo com suas revoluções por minuto, fez questão de virar tudo de cabeça pra baixo, em tão pouco tempo.
                E comigo, sua letra.
                O gosto da bala de melancia.
                Suas lembranças, eternizadas.


4 de out. de 2010

+/-




Quero sentir teu hálito em minha pele, sentir teu corpo junto ao meu. Como dois pólos que se completam, positivo e negativo, norte e sul, você e eu.
Quero mergulhar nos teus olhos, que transformam qualquer coisa em verdade absoluta. Quero o sabor do teu sorriso, o gosto do teu beijo na minha pela nua.
Ah, como não querer? Como não sentir sempre urgência de estar perto de ti? Na porta um cadeado, a chave escondida e não, você não irá partir.
Fica aqui, pra sempre. Temos muito o que fazer. Não adianta: já estou preso, amarrado em você. Na minha mente...


2 de out. de 2010

Madrugada.




São 03:10 da manhã. Eu poderia ter ido dormir há várias horas, mas estou aqui, resistindo bravamente a qualquer vestígio de sono. Ouvindo músicas da minha banda favorita na minha época de adolescente, e lembrando de tudo que eu passei, ao som dessas mesmas canções. Tentando esquecer um pouco a tua lembrança, que reaparece muito nítida toda vez que encosto na ferida. É, você está cravado em mim, e eu preciso de você, tanto... ou pelo menos saber da sua existência. Saber por onde anda, o que anda fazendo. Eu sou louco, eu sei. Mas eu estou aqui, nessa madrugada, refletindo sobre minha vida e como você fez, faz e fará parte dela. Eu sinto tanto a sua falta, tenho tanto a lhe falar, mas nem sei por onde começar... Então, acho que nem começarei. Melhor parar aqui, dar meia volta e seguir outro caminho. Não quero sofrer outro acidente de percurso.