25 de out. de 2010

Mofo.



Tá tudo muito velho. Tudo parado no tempo. Como um belo monumento numa vitrine transparente. Ele não quer ser comprada, não. Ele quer ser roubado, saqueada, tirada dali à força. É mais emocionante.
Ele quer sentir a emoção de ir por aí, de sentir como é o mundo lá fora, como é sentir seu sangue numa via expressa, correndo por suas veias. Quer se sentir inseguramente seguro nos braços de seu seqüestrador.
Mas nunca deixarão de existir sequestradores irresponsáveis, que se descuidam de seus frágeis roubos, e os dilaceram, machucam. Eles sentem.
Mas o meu está lá, na vitrine. Empoeirado e desgastado com o tempo. Esperando o seu criminoso que venha, tire a camada de sujeira e o leve. Para que ele pulse mais rapidamente, para que todas as reações voltem a seus devidos lugares.
E agora, quem vai querer meu coração mofado?

2 comentários:

  1. E de amores morre o herói, o bandido, o infiel e o bastardos. Hão de um dia, todos estes seres que pisam na Terra, perecer de mal de amor.
    Primeira vez que comento, mas já venho lendo o blog há um tempinho. Gostei muito do que tem sido escrito, sabe? Então, um grande abraço pra você, e até o próximo texto!

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  2. Há alguém, não sei ao certo onde, mas há.

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